quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Blood Alone


Comecei a ler Blood Alone, série que começou a ser publicada em 2005 no Japão, escrita e desenhada por Masayuki Takano, e que até agora conta com 5 volumes. O título sugestivo já entrega a trama vampiresca. No primeiro capítulo encontrei, para minha surpresa, uma história de vampiros sem rios de sangue, sem clichés típicos deste gênero. Apenas um escritor e sua namorada?, amante?, protegida? vampira pré- adolescente, envolvidos com coisas triviais do dia-a-dia, o sumiço de um gato e um maníaco que retalha vítimas no metrô. Seria uma história boba se não fosse a criatividade de Takano, que dá uma boa lição de como contar uma história sem ser óbvio. Seria mais um mangá na lista se não fosse o cuidado e o estilo dos desenhos deste autor. Seria mais uma história para ser lida e esquecida depois de 15 minutos se não tocasse, metaforicamente e com muita categoria, num tema caro e muito polêmico para nossa cultura ocidental contemporânea. Está lá, nas entrelinhas. Leia.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Asklepios


Na Europa medieval, a fúria da Inquisição volta sua mira para Buzz Medill, um hesitante e assustado garoto, último na linhagem de uma família de médicos cujas práticas são consideradas heréticas pela Igreja. Enquanto foge dos cavaleiros da Igreja, Buzz deve aprender a masterizar as técnicas medicinais e honrar sua herança familiar, protegido por Rozari (ou Rosalee, numa tradução mais ocidentalizada), uma garota durona incubida de ser sua guardiã.

Com roteiro e arte de Uchimizu Touru, Asklepios é uma publicação recente, que ainda não chegou a completar o primeiro volume no Japão. Sua trama acompanha o desenvolvimento do jovem Buzz, focada no peso das tradições familiares, na superação e nos valores humanos. Um belo mangá, que consegue mesclar fantasia, humor, esperança e suspense.

Jiraishin


Publicado originalmente no Japão entre 1992 e 1999, Jiraishin, mangá escrito e ilustrado por Tsutomu Takahashi (autor dos ótimos Blue Heaven, Alive e Dead Flowers), acompanha o trabalho e a vida do investigador de homicídios Kyoya Iida.

A trama da série é extremamente violenta, trazendo também alto grau de tensão psicológica e sexo (alguns capítulos sofreram censura nos EUA, onde a série foi re-batizada de Ice Blade). Sempre despertando comentários contundentes da crítica especializada, Jiraishin já foi comparado com a série Miami Vice devido ao seu conteúdo violento (um crítico chegou a dizer que é um milagre ler sem sujar os dedos de sangue nas páginas).

Se você curte o gênero de mangás policiais, vá em frente e descubra as facetas mais sombrias da natureza humana. Cada capítulo é uma história fechada, mas não espere finais felizes.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

COWA!



Atualizando o blog, depois de uma breve ausência, gostaria de recomendar Cowa!, o primeiro grande projeto de Akira Toriyama após Dragon Ball: um divertido mangá cujo protagonistas é Paifu, um garoto vampiro que está sempre arranjando confusão e colocando seus amiguinhos e a vizinhança em situações embaraçosas. Egoísta e impossível, como toda criança, Paifu revela um bom coração por trás de suas peraltices. Tudo neste mangá é delicioso...as cores, os desenhos, o cuidado e a humanidade que Toriyama investe em cada personagem. Se você ainda não foi fisgado pelo trabalho deste autor, Cowa! é uma boa chance para mergulhar em seu universo pop, estilizado e muito divertido.



terça-feira, 15 de julho de 2008

BLACK COFFEE


Com um roteiro esperto, desenhos minimalistas e diagramação criativa, Black Coffee, mangá escrito e desenhado por Rie Fujii, é um breve olhar sobre a vida de um rapaz, seu grupo de amigos, a garota com quem passa as noites e seu mundo interior, sempre desabando. É também uma história sobre reconstrução pessoal, amizades, despedidas e a difícil tarefa de cuidar da própria vida.

HANASHIPPANASHI


"Inacreditável", foi a palavra que me veio à mente ao ler as primeiras cenas deste mangá. "Fucking unbeliavable!!!", pensei alto. Achei que fosse apenas o efeito mágico das primeiras páginas, mas a sensação de assombro me acompanhou durante toda a leitura desta obra fascinante. Não sei se o autor estava sóbrio ou numa viagem de ácido quando idealizou as curtas histórias que compõem esta série, mas não importa. O fato é que Daisuke Igarashi conseguiu criar um mangá realmente surpreendente, com uma arte arrebatadora. Posso estar exagerando (duvido!), mas não consigo lembrar de nenhum outro mangá que tenha provocado em mim o que Hanashippanashi conseguiu provocar: uma sensação de espanto-desconforto-medo-beatitude-surpresa-terror infantil- tudo ao mesmo tempo. Não vou gastar mais Português tentando explicar que este mangá tem o efeito de uma bomba de LSD. Leia, nem que seja nos próximos 30 anos, e você vai entender!

HOPPIE´S BEAR


Depois de ler o belíssimo White Clouds (já comentado aqui), virei um fã ardoroso do trabalho de Hisae Iwaoka. Em Hoppie´s Bear, encontrei mais do mesmo: desenhos com traços sutis e um roteiro tocante, desta vez sobre um desiludido trabalhador e sua mais recente amizade, uma garota que anda por aí com uma grande e fofa máscara de urso na cabeça, num sensível conto de fadas urbano. A história pode parecer estranha, e de certa forma não deixa de ser, mas falar mais sobre a obra de Iwaoka é o mesmo que estragar uma rara poesia com explicações. Melhor mesmo é ler. Como White Clouds, Hoppie´s Bear vale cada página, cada linha, cada palavra.